NAVALHA NA CARNE e QUANDO AS MÁQUINAS PARAM de PLÍNIO MARCOS.
LIVROS COM HISTÓRIAS
QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do
que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias
pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e
ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso
há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar
algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha
biblioteca.
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NAVALHA NA CARNE e QUANDO AS
MÁQUINAS PARAM de PLÍNIO MARCOS.
Capa do livro de Plínio Marcos.
Comendador Francisco Souto Neto
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NAVALHA NA CARNE e QUANDO AS
MÁQUINAS PARAM de Plínio Marcos.
por Francisco Souto Neto
Plínio Marcos
Plínio Marcos de Barros (1935 – 1999) foi um escritor e dramaturgo
brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época
da ditadura militar. Foi também ator, diretor e jornalista. Ele publicou
22 livros e encenou 29 peças da sua autoria de teatro adulto, e quatro de
teatro infantil. Como jornalista, escreveu para os melhores e mais importantes
jornais do Brasil, tais como Folha de São Paulo e Folha da Tarde, e também para
a revista Veja. Atuou como ator em novelas da televisão, como em Beto
Rockfeller. Foi um artista multicultural.
As peças teatrais de maior sucesso de Plínio Marcos foram, talvez, Dois perdidos numa noite suja e Navalha na Carne, que já tiveram
incontáveis montagens, e continuam sendo encenadas. Suas peças também tiveram
adaptações para o cinema.
Sempre achei Plínio Marcos e Nelson Rodrigues parecidos em suas temáticas e na crueza das situações e diálogos de suas peças teatrais. Sem dúvida, dois grandes da dramaturgia. E ambos também me lembravam, nos dramas de suas peças teatrais, como que uma versão mais "vulgar", isto é, mais simples, do sofisticado dramaturgo norte-americano Tennessee Williams.
Sempre achei Plínio Marcos e Nelson Rodrigues parecidos em suas temáticas e na crueza das situações e diálogos de suas peças teatrais. Sem dúvida, dois grandes da dramaturgia. E ambos também me lembravam, nos dramas de suas peças teatrais, como que uma versão mais "vulgar", isto é, mais simples, do sofisticado dramaturgo norte-americano Tennessee Williams.
Apesar de toda a sua importância, Plínio Marcos era muito simples como pessoa. Nas
ocasiões em que suas peças eram trazidas a Curitiba, sempre meu amigo Rubens
Faria Gonçalves me avisava, e comprávamos ingressos juntos. Depois, à saída do
teatro, o autor Plínio Marcos estava sempre na calçada com uma pilha de livros
da sua autoria, que vendia por preços muito em conta. Tanto eu quanto meu amigo
sempre comprávamos um exemplar, e pedíamos seu autógrafo.
Autógrafo: “Ao Chico Souto”.
No livro
acima referido, ficou o registro do dia em que assistimos à peça: 16 de agosto
de 1978... Foi há mais de 50 anos!
Noutra
ocasião, quando foi encenada Dois
perdidos numa noite suja, o autógrafo de Plínio Marcos foi ainda mais rápido e quase
ilegível, como se vê abaixo:
Livro Dois
perdidos numa noite suja.
O autógrafo.
Fica o
registro de um dos mais importantes dramaturgos da história do teatro
brasileiro, cuja simplicidade combinava com a sua genialidade.
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P.S.
Apenas por curiosidade, resolvi anexar as capas de mais alguns livros de Plínio Marcos que eu tenho. Não todos, pois alguns não sei onde estão, porque certamente se encontram misturados na própria biblioteca, ou nos armários fechados. Note-se uma 2ª edição de Dois perdidos numa noite suja. E todos eles com dedicatória e autografados...
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