terça-feira, 19 de maio de 2020

PARIS NO TEMPO DO REI SOL, de Jacques Wilhelm - Comentários de Francisco Souto Neto.


LIVROS COM HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha biblioteca.

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Capa de PARIS NO TEMPO DO REI SOL, de Jacques Wilhelm.


Comendador Francisco Souto Neto

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PARIS NO TEMPO DO REI SOL, de Jacques Wilhelm

Comentário por Francisco Souto Neto

Antes de falar sobre o livro Paris no tempo do Rei Sol, devo fazer um retrospecto sobre o meu trabalho em meados da década de 80.

Eu já tinha feito amizade com Vera Marques desde quando ambos trabalhávamos no Centro Administrativo Banestado, em Santa Cândida, eu como assessor da diretoria e também assessor para assuntos de cultura do Banco e ela numa das empresas conglomeradas. 


Meu gabinete no Centro Administrativo Banestado, como assessor de Octacilio Ribeiro da Silva, na diretoria da Banestado Reflorestadora.

Sobre minha mesa, sempre um copo de leite.

Devido a mudanças na política, em 1988 (eu então assessorando o vice-presidente do Banestado, Edisson Eleri Faust, que era ao mesmo tempo presidente da Banestado Crédito Imobiliário), passei a ocupar o gabinete do 7º andar da sede da BCI na Av. Marechal Deodoro, no mesmo prédio onde funcionava no subsolo a Galeria de Arte Banestado, então administrada por Vera Munhoz da Rocha Marques e Clarissa Lagarrigue.


Eu entre Vera Munhoz da Rocha Marques e Clarissa Lagarrigue.

No 7º andar onde eu ocupava o gabinete do presidente, contava com a boa vontade e extrema dedicação e profissionalismo de Flávia Moreira Salles, que me ajudava a mover a engrenagem do Programa de Cultura do Banestado.


Flávia Moreira Salles


No prédio da presidência da Banestado Crédito Imobiliário, na Av. Marechal Deodoro, como assessor de Edisson Eleuri Faust. Meu gabinete era menos suntuoso do que o anterior, porém mais luminoso. Depois, quando passei a assessorar o presidente do Banco do Estado do Paraná, Dr. Carlos Antônio de Almeida Ferreira, ele me manteve no mesmo gabinete da presidência da Banestado Crédito Imobiliário – o que achei ótimo.


A decoração foi feita com telas escolhidas por mim, do acervo do Banestado. Sobre a mesa, como sempre, um copo de leite.

 Pelo fato de a Galeria de Arte funcionar no mesmo prédio, eu descia até lá com grande frequência, o que fez aprofundar minha amizade com Vera e Clarissa e conviver com os artistas plásticos e intelectuais que frequentavam aquele lugar.

No dia do meu aniversário, ao me presentearem com um livro que relata o cotidiano dos parisienses no tempo do Rei Sol, Vera e Clarissa sabiam – não imagino como! – do meu interesse pela história da França.


Dedicatória de Verinha e Clarissa em 2.9.1989.

Quando hoje pela manhã folheei referido livro, notei que suas páginas estão com grifos que eu mesmo coloquei nas partes mais interessantes da narrativa. Eu, de fato, costumo ler com uma caneta à mão, e vou grifando e anotando, bem como comentando à margem, todas as partes que ache particularmente interessantes. Pois Paris no tempo do Rei Sol está inteiramente grifado por mim. Lembro-me de ter gostado demais deste livro, tanto que nos próximos dias planejo relê-lo. Será ótimo para me distrair da triste realidade que vivemos no tempo em que escrevo estas palavras, imersos no “isolamento social”, ou quarentena, único meio de nos protegermos da terrível pandemia que assola o Brasil e o mundo. O pior é que vivemos governados por Boçalnaro, um presidente ridículo, perverso, maldoso, ignorante, canalha e despreparado para o cargo que ocupa e que, com sua política defeituosa, faz aumentar o número de infectados e de mortos pela COVID-19.

O Rei Sol, Luís XIV, em seu reinado absolutista, disse: "L'État c'est moi" ("O Estado sou eu). E assim foram os seus sucessores... até Luís XVI, que acabou guilhotinado pela Revolução Francesa. 

Agora, em pleno século XXI - estamos em 2020 - o presidente eleito pelo voto popular disse há alguns dias: "A Constituição sou eu". Ele pensa que tudo pode, como os Luíses de França. Existirá algo mais doentio e ignorante? O presidente pelo jeito não conhece os riscos que levam os governantes a perderem a cabeça.

Atenhamo-nos ao livro. Resolvi escanear qualquer página do mesmo, aleatoriamente, ao acaso, sem nada escolher, objetivando demonstrar a quantidade de grifos que fiz durante a leitura há quase 30 anos.

Casualmente abri o livro na página 172. Escaneei até à página 181. É assim que está o livro, todo grifado por mim.








A referência a este magnífico livro vale, principalmente, para lembrar destas duas queridas colegas e amigas. A Verinha infelizmente já partiu, mas a Clarissa continua saudável e estimada por todos que privam da sua amizade.




Souto entre Clarissa e Vera em foto para a imprensa, mas que ficou esquecida nas gavetas e, graças a isso, aqui está, através do “clic” de Alice Varajão.

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2 comentários:

  1. Gostei dessa parte de sua biografia. Retrospecto que revela seu relevante papel e bom gosto como funcionário junto à presidência do Banestado, bem como sua qualidade de leitor que interage com os livros. A verdadeira leitura é a proativa, como está comprovada nessas páginas de PARIS NO TEMPO DO REI SOL, de Jacques Wilhelm...

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  2. Caro e velho amigo Bevilacqua, agradeço-lhe as palavras acima, de apreciação e estímulo. Um grande abraço.

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