LIVROS COM HISTÓRIAS
QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do
que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias
pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e
ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso
há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar
algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha
biblioteca.
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Capas de dois livros de Molière, editados em 1925.
Comendador Francisco Souto Neto
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O AVARENTO, ARTIMANHAS DE SCAPINO e
A ESCOLA DAS MULHERES, de MOLIÈRE
A ESCOLA DAS MULHERES, de MOLIÈRE
Comentário por Francisco Souto Neto
Molière (1622 – 1673)
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Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière, foi um dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então dependente da temática da mitologia grega. Apoiado por Luís XIV,
que admirava suas sátiras, comédias e tragédias, tornou-se o provedor dos
divertimentos do rei.
Quando eu residia em Ponta Grossa, foi
inaugurado o Cine-Teatro Ópera, em 1950, que funcionava principalmente como
cinema, porém o seu palco, o maior da cidade, abrigou muitos espetáculos de
teatro, concertos, balés e apresentação de cantores, tendo servido também como
amplo espaço para outras atividades culturais, espaço para conferências e até para solenidades de formatura. Foi naquele palco que recebi meu diploma ginasial,
das mãos de meu próprio pai, que naquela solenidade integrava a mesa de honra das
autoridades.
Foi também naquele palco, na minha adolescência,
que pela primeira vez assisti a uma peça teatral, encenada por uma companhia
vinda de fora. A peça foi “Artimanhas de Scapino”, de Molière, justamente o
autor dos livros da minha biblioteca fotografados acima, editados em português pela
Livraria Chardron de Lélo & Irmão Ltda., da cidade do Porto (Portugal) no
ano de 1925. Portanto, esses livros têm 95 anos no momento em que escrevo estas
linhas. Logo serão livros centenários.
Devo salientar que estes, como os anteriores, e
também aquele que será neste blog comentado
na sequência (La Merope, do marquês Scipione Maffei, edição de 1722 em Napoli,
Itália), são provenientes da biblioteca do Prof. Robert Karel Bowles.
O primeiro dos livros cujas capas estão acima
fotografadas, envolve duas peças teatrais de Molière: O Avarento e Artimanhas de
Scapino. O segundo contém a peça A
Escola as Mulheres. As três peças, obras-primas de Molière, têm sido
reproduzidas incontáveis vezes através dos séculos em todo o mundo. Em pleno
corrente ano de 2020, é só ir a qualquer uma boa livraria que lá encontrará
edições recentes das três peças aqui comentadas, todas comédias, e muitas
outras.
A
página de abertura de um dos livros. Infelizmente eu carimbava todos os meus
livros com meu nome e o meu antigo endereço residencial, o que prejudica a
clareza (melhor dizendo, “suja” a página) dessas antigas edições.
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