LIVROS COM HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode
conter muito mais do que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar
pode ter histórias pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter
sido emprestado e ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por
ter sido impresso há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog
pretende, pois, contar algumas dessas histórias paralelas a determinados
exemplares da minha biblioteca.
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Capa de CAÇANDO E PESCANDO POR TODO
BRASIL, de Francisco de Barros Júnior
Comendador Francisco Souto Neto
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CAÇANDO
E PESCANDO POR TODO BRASIL, de Francisco
de Barros Júnior
Colhi na Wikipédia, através do Google, as seguintes informações sobre o
autor do livro em apreço: “Francisco Carvalho de Barros Júnior (Campinas, 14 de
dezembro de 1883 — 19 de setembro de 1969) foi um professor, escritor e
naturalista brasileiro que ganhou em 1961 o Prêmio Jabuti de Literatura. Foi patrono
da cadeira n° 16 da Academia Jundiaiense de Letras, colaborou em vários jornais
e revistas e foi o autor da série Caçando
e pescando por todo o Brasil, um relato de viagens pelo Brasil na primeira
metade do século XX, descrevendo diversos aspectos das regiões visitadas entre
outros, botânica, animais e populações caboclas e indígenas”.
Primeira página do livro Caçando e pescando por
todo Brasil, de 1945.
Nas primeiras páginas está o registro de que meu pai, Arary Souto,
recebeu este livro de presente de um amigo de nome Germano. A dedicatória diz:
Ao amigo Arary
em lembranças das
nossas caçadas e
pescadas dos tempos idos.
Germano.
(ilegível) Rio Pardo,
17.6.1946.
Acima da dedicatória está uma fotografia de meu pai
num barco, usando um chapelão, e o rio certamente é o Pardo.
Em 1946 residíamos em Presidente Venceslau, SP, e eu estaria com 2 anos
e 9 meses. Minha cidade natal dista cerca de apenas uns 30 quilômetros do Rio
Paraná (Presidente Epitácio), onde o Rio Pardo desembocava no Rio Paraná (uso o
verbo desembocar no passado, porque hoje o Rio Pardo deságua no grande lago formado
pela Barragem Sérgio Motta no Rio Paraná). Meu pai Arary Souto gostava de caçar
(perdizes e codornas) e pescar naquela região desde jovem.
Arary Souto aos 22 anos, numa caçada, em 1930.
Esta é a curta história deste livro que guardo em minha biblioteca em
homenagem à memória de meu querido e saudoso pai.
Eu (Francisco Souto Neto) em julho de 2020, no
tempo da grande e terrível pandemia, em quarentena já de quatro meses e meio
(em “isolamento social”) esperando pela descoberta da vacina que nos
possibilitará voltarmos à vida normal.
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