quarta-feira, 5 de agosto de 2020

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, de Machado de Assis. Comentário de Francisco Souto Neto.


LIVROS COM HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha biblioteca.

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 Capa de MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, de Machado de Assis

Comendador Francisco Souto Neto

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 MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, de Machado de Assis

Machado de Assis (1839-1908) 




No dia 21 de maio de 1976 (portanto, há 44 anos) ganhei de meu amigo Rubens Faria Gonçalves o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, com a seguinte dedicatória: “Souto, inclua em sua biblioteca também esta obra, ‘escrita com a pena da galhofa e a tinta da melancolia’, um dos mais importantes marcos da literatura nacional”.




Orelha e abertura do livro, com dedicatória.

Eu então não conhecia este que é considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores senão o maior nome da literatura no Brasil. A esse tempo eu era inspetor do Banco do Estado do Paraná. O Paraná era pobre em estradas asfaltadas e algumas vezes em era designado para inspecionar cidades mal servidas de hotéis, lugares toscos, sem nenhum atrativo. Então eu sempre levava livros para ficar lendo no hotel à noite.

E na verdade eu me surpreendi com Machado. Depois disso eu não apenas li outras obras do autor, como descobri, nas pesquisas que durante anos fiz com minha prima Lúcia Helena Souto Martini sobre nosso trisavô, que Machado de Assis conheceu o Visconde de Souto, teve por ele até uma certa fixação e citou-o em dois livros e em alguns artigos publicados em jornal da antiga capital imperial. Mas isto tratarei quando comentar outros livros de Machado. Sua extensa obra constitui-se de dez romances, duzentos contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas.  Ele é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, justamente com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas em 1881, um ano após a morte do Visconde de Souto.

Ainda em vida, Machado de Assis alcançou fama e prestígio pelo Brasil e países vizinhos. Hoje em dia, por sua inovação literária e pela audácia em temas sociais e precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Ele é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões. Machado de Assis e Eça de Queiroz são considerados os dois maiores escritores em língua portuguesa do século XIX.

Ao longo de minha vida comprei exemplares de Memórias Póstumas de Brás Cubas para presentear amigos. O último exemplar que comprei, destinei-o à minha sobrinha Rossana Souto da Rosa, já há muitos anos, mas não sei se ela leu esse pequeno tesouro literário.

Dedicatória do personagem Brás Cubas.


 Início da leitura. Não indiquei a cidade, nem a data.



Terminei a leitura em 11.8.1976, hospedado no Hotel Globo de Cianorte, PR, onde certamente me encontrava em trabalho de inspeção na agência local do Banco do Estado do Paraná.



 4ª capa (ou contracapa).

Assim eu era em 1976 (na foto com meu chihuahua Quincas Little Poncho) quando li o livro acima comentado.

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