LIVROS COM HISTÓRIAS
QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do
que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias
pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e
ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso
há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar
algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha
biblioteca.
-o-
Capa de NEW YORK INTERIORS, de Beate Wedekind
(by Taschen.
Comendador Francisco Souto Neto
-o-
NEW YORK INTERIORS, de Beate Wedekind – um livro
que envolve minha memória com Donald Trump.
Comentário por Francisco Souto Neto
Capa de New York Interiors.
Parece-me incrível confessar
que já fui fã de Donald Trump. Isto foi há long,
long time ago, muito tempo, num passado já meio remoto. Muito antes de vir a
ser o detestável presidente dos Estados Unidos, Trump era conhecido como um ousado
empresário bilionário que construía edifícios admiráveis. Eu nunca fiz segredo
de que desde a minha infância admiro os edifícios altíssimos, quando o prédio
mais alto do mundo era ainda o Empire State Building.
Encontro dos três irmãos em Nova York: Francisco Souto Neto, Ivone Souto da Rosa e Olímpio Souto.
Na década de 80 fiz uma
longa viagem com minha irmã, começando por Miami, donde tomamos um navio de
cruzeiro que nos levou ao México, e depois, retornando à Flórida, voamos para
Nova York com o propósito de visitarmos nosso irmão, Olímpio, que era casado
com Maria Aparecida D’Elboux Moreira Souto – ambos cidadãos americanos – e residiam
naquela cidade.
A Trump Tower
Num dos dias que lá
passamos, nossa cunhada acompanhou-nos num dos passeios a pé por Midtown
Manhattan e sugeriu que almoçássemos num local que ela gostava muito, um
restaurante – isto é, um lugar para refeições rápidas, do tipo popular self service, e lanches – na Trump
Tower, localizada em plena 5ª Avenida.
Donald Trump na década de 80. Ele nasceu em 1946 (é três anos mais
jovem que eu).
Coincidentemente, lá pela
metade da década de 80, eu tinha lido sobre a inauguração desse belo e alto
edifício ocorrida em 1983, onde Donald Trump residia no tríplex da cobertura do
prédio, com sua primeira esposa Ivana, depois com a segunda esposa Marla e,
desde 2005, com Melania, a terceira. Era um apartamento tão exclusivo que
contava – e conta – com um elevador privativo que levava a família diretamente
à sua luxuosa residência, um verdadeiro palácio, que ocupava – e ocupa – o 67º,
68º e 69º andares do prédio, e ainda o 70º, para onde tinha sido planejada a implantação
de um jardim a céu aberto.
O restaurante existente no
andar térreo da Trump Tower não era cerimonioso, apesar de elegantíssimo. Além
disso, cobrava preços razoáveis. Depois do nosso rápido almoço, subimos pelas
escadas rolantes para termos uma ideia do espaço aberto daquele lugar visto a
uma altura de uns 20 metros. Ao fundo, havia uma cascata cujas águas escorriam
sobre o paredão de ônix amarelo-marrom dourado, uma variedade semipreciosa de
quartzo chamada “pedra do poder”. Era a mais alta cascata artificial dos
Estados Unidos. As fotos abaixo foram tiradas por mim:
O paredão ao fundo é uma cascata que escorre sobre o paredão de ônix..
De longe a foto não evidencia a água correndo abundantemente pela
parede.
Neste detalhe em zoom da
cascata, dá para observar a água escorrendo na parte superior da parede de ônix.
Alguns dias depois, eu e
minha irmã voltamos àquela região e mais uma vez almoçamos na Trump Tower.
Vista monumental da Trump Tower.
A Trump Tower com as árvores suspensas nos andares mais baixos.
A entrada para o restaurante da Trump Tower.
Mais uma vez, a cascata do restaurante.
Naquela ocasião aproveitei
para entrar no Hotel Plaza, a uns 200 metros da Trump Tower, do outro lado da
avenida, para mostrá-lo à minha irmã. Eu pretendia ter me hospedado nesse
hotel, porém encontrei forte resistência do meu irmão, que queria que eu
ficasse hospedado no apartamento dele. Minha irmã ficou com ele, mas eu não, pois
não gosto de me hospedar com ninguém, nem mesmo com familiares, porque dá-me a
sensação de estar incomodando, isto é, de estar quebrando o ritmo normal da
casa. Mas acabei concordando em ficar num outro hotel mais próximo do
apartamento dele, que morava no bairro de Queens. Hospedei-me então no Sheraton
La Guardia.
Ao final deste artigo,
anexarei o filme que fiz com minha irmã no restaurante da Trump Tower e a nossa
visita aos lindos ambientes do Plaza Hotel.
O livro
Noutro dia em que fui a
Midtown Manhattan, entrei numa livraria, a famosa Taschen que, a propósito,
estava com o ar condicionado danificado e fazia um calor de sauna! Quando eu ia
fugindo daquele ambiente sufocante, vi um livro exposto, o New York Interiors. Abrio-o e folheei um pouco... quando descobri
que ali era mostrado o apartamento de Donald Trump na Trump Tower. Comprei o
livro, apesar do alto preço, dos dois quilos de peso e das dimensões de 25 por
32 centímetros e meio, um grande incômodo para ter que carregar até ao Brasil.
Quando Trump candidatou-se à
presidência dos Estados Unidos, expondo suas ideias esdrúxulas, minha simpatia
pelo construtor de arranha-céus desapareceu. Vi nele um candidato totalmente
incapaz, retrógrado em termos de política internacional, com ideias e
proposições ridículas. Nunca imaginei que houvesse eleitores suficientes para levá-lo
à Casa Branca. Pois, para minha surpresa ele foi eleito, da mesma forma como
também o totalmente despreparado e incapaz Bolsonaro foi eleito no Brasil. Duas
decepções que precisarão de correção nas próximas eleições.
Mas, da história da minha
viagem com Ivone, restou o livro que mostra os magníficos ambientes da
residência particular de Donald Trump e sua família, que fotografei para
ilustrar este artigo.
O tríplex de Donald Trump
Nas páginas 216/217, o início da reportagem sobre a residência de Donald Trump, mostrando suas fotos e a filha Tiffany nos porta-retratos sobre o aparador Luís XV. Através da janela, o Central Park.
Nas páginas 218/219, o salão principal no 67º andar, com uma parede de ônix ao fundo. As colunas são em mármore autêntico, os detalhes dourados são de ouro puro 24K, e os de bronze são mesmo bronze.
Nas páginas 220/221, a sala com suas poltronas Luís XV vista de outro ângulo.
Nas páginas 222/223, a sala de jantar, através de cuja janela avista-se o Empire State Building. A escadaria em bronze do lado direito, leva aos andares superiores do palácio elevado.
Nas páginas 224/225, o quarto do casal à esquerda, com o teto
pintado a óleo com motivo de anjos celestiais. À direita, acima, a sala de
fitness de Marla, voltada para a sala de brinquedos de Tiffany. Abaixo, o banheiro
de Marla Trump.
Pelo que se vê, vive bem o
sr. Donald Trump. No momento, ele e sua família estão morando na Casa Branca,
como todos sabemos. Torço para que ele não seja reeleito para a presidência dos
Estados Unidos, cargo que ocupa com tantos fiascos e mentiras, e retorne logo
ao seu palácio suspenso da Trump Tower, de onde possa continuar vivendo com
muito luxo, tranquilidade e quietude, sem mais desgraçar o seu próprio país e o
mundo.
Donald Trump hoje. Old, old, old.
-o-
O filme, abaixo, mostra nosso passeio à Trump Tower a partir de 5:57 (cinco minutos e cinquenta e sete segundos), mas são cenas bem breves. Logo em seguida está o nosso passeio pelos corredores e salões do icônico The Plaza Hotel, que também pertence a Donald Trump:
https://www.youtube.com/watch?v=KHXwIE1uSxE&t=14s
-o-