LIVROS COM HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode
conter muito mais do que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar
pode ter histórias pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter
sido emprestado e ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por
ter sido impresso há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog
pretende, pois, contar algumas dessas histórias paralelas a determinados
exemplares da minha biblioteca.
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A HERANÇA E A PROCURA, de Chico Lopes
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A HERANÇA E A PROCURA,
Chico Lopes
Chico Lopes (Francisco Carlos Lopes) é uma amizade que se estende por 48 anos. Pode-se até antecipar, dizendo: uma amizade de meio século. Conheci Chico, de Novo Horizonte, SP, como desenhista. Seus desenhos eram feitos com caneta esferográfica. As crianças e os jovens que ele concebia eram figuras impactantes e dramáticas. Embora naquela época eu não tivesse qualquer envolvimento com artes plásticas, achei que o jovem merecia uma grande divulgação. Comprei alguns de seus desenhos e uns anos depois mostrei-os a meu amigo Ennio Marques Ferreira, que na ocasião era o presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Ele ficou muito impressionado com o que viu e imediatamente decidiu que gostaria de realizar uma exposição com aqueles desenhos.
Na longa correspondência que então mantivemos, percebi que estava ali, nascente, não apenas um artista plástico de grande importância – que agora conhece o sucesso das pinturas que executa sobre tela – e também um escritor de invulgar talento. De fato, passadas todas estas décadas, Chico Lopes firma-se como um dos grandes escritores deste país. Há alguns anos ele concorreu ao Prêmio Jaboti, o mais importante concurso de letras no Brasil, e foi premiado com o livro de sua autoria Um Estranho no Corredor.
Entretanto, o livro ligado à minha história pessoal é outro, A Herança e a Procura, isto porque Chico Lopes fez-me personagem do mesmo, o que comentarei mais adiante. Por enquanto desejo falar sobre minha visita a Chico Lopes em 1972 e sua consequente exposição realizada entre 31 de agosto e 17 de setembro de 1978 na Fundação Cultural de Curitiba.
Chico Lopes em 1972 em
Novo Horizonte
Estas são as fotografias que tirei em Novo Horizonte quando da minha visita a Chico Lopes em 1972:
De volta a Curitiba, Francisco Souto Neto em 1972.
A exposição de Chico
Lopes em Curitiba no ano de 1978
Abaixo, as fotografias do convite para a exposição de Chico Lopes e a
repercussão nos jornais de Curitiba e Londrina:
Abaixo,
publicações em jornais de Curitiba e Londrina sobre a exposição de Chico Lopes em 1978.
A transcrição de cada uma dessas publicações acima, poderá ser lida na íntegra nos RECORTES numerados de 19 a 25, no seguinte link:
O livro A Herança e a Procura
Abaixo, o Capítulo 9, “Em torno da igreja e nos
bancos da praça”, no qual Chico Lopes relata a
maneira como nos conhecemos em meio à sua juventude de enfant terrible,
quando ele era ainda um desenhista, mas já de grande talento, próximo a
iniciar-se na pintura e no mundo profissional das artes plásticas.
Abaixo, o Capítulo 10, “Antônio Sabino, 418: desenhos, vozes e agonias”,
no qual Chico Lopes, dentre outros acontecimentos, relata a sua exposição na
Fundação Cultural de Curitiba, e cita também Rubens Faria Gonçalves.
A atualidade de Chico
Lopes.
Neste blog eu não analiso o conteúdo dos livros; apenas refiro-me à maneira como cada um das centenas de volumes da minha biblioteca têm histórias paralelas envolvendo a minha vida.
Antes de encerrar, anexo algumas fotos da atualidade de Chico Lopes e sua família.
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Que beleza, Souto! rever tudo isso, sentir como minha história pessoal foi bem captada por você. Privilégio ter um amigo assim, tão atento a meus passos!
ResponderExcluirBela a sua caminhada (e escalada) pela vida. Meus parabéns.
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