LIVROS COM HISTÓRIAS QUE NÃO ESTÃO NOS LIVROS – Um livro pode conter muito mais do que aquilo que vem escrito no seu conteúdo. O exemplar pode ter histórias pessoais do seu dono, ou conter dedicatórias raras, ou ter sido emprestado e ter ali registradas impressões manuscritas dos leitores, por ter sido impresso há cem ou duzentos anos... e assim por diante. Este blog pretende, pois, contar algumas dessas histórias paralelas a determinados exemplares da minha biblioteca.
“CRÔNICAS DA
PANDEMIA”, uma coletânea organizada por Anita Zippin e Alberto Vellozo Machado,
da Academia de Letras José de Alencar
-o-
O livro CRÔNICAS DA PANDEMIA
Anita Zippin, que preside a Academia de Letras José de Alencar – ALJA em Curitiba, e Alberto Vellozo Machado, membro do mesmo sodalício, idealizaram a publicação de uma coletânea lítero-poética versando sobre a pandemia da Covid-19, que reunisse autores também de outras instituições ligadas às letras, tais como o Centro de Letras do Paraná, a Academia Feminina de Letras do Paraná, a Academia Paranaense da Poesia, o Observatório da Cultura Paranaense e a União Brasileira de Trovadores Seção Curitiba.
Luiz Fernando de Queiroz, da Editora Bonijuris Ltda., que há anos tem dado grande apoio à ALJA, prontificou-se a editar a obra. Assim, os convites foram feitos a inúmeros intelectuais, para que participassem da concepção do livro. A mencionada advogada Anita Zippin sugeriu aos autores que não se referissem especificamente ao horror da doença que envolveu todo o planeta – e que ainda nos fustiga –, mas que em textos curtos procurassem aspectos de menos austereza.
Estávamos no terceiro ou quarto mês da pandemia, em 2020, quando escrevi minha crônica. Denominei-a “A vida escancarada de meus simpáticos vizinhos”. Impresso e lançado o livro no corrente mês de julho de 2022, vejo meu trabalho estampado em segundo lugar, à página18.
A apresentação da obra vem assinada por Anita Zippin e Joatan M. de Carvalho, respectivamente presidenta e 1º vice-presidente da ALJA.
A capa do livro é da autoria de João Carlos Bonat, meu confrade da
Academia. Muito bem inspirada e não menos do que genial, a capa de
Bonat mostra um homem moderno que usa a antiga máscara
denominada doctore, que os médicos venezianos adotaram na
Idade Média quando a peste chegou ao Vêneto, e que consiste na cara de um
pássaro com longo bico. Dentro daquele enorme bico os médicos carregavam
flores, cujo perfume não apenas tentava disfarçar um pouco o cheiro dos corpos
em putrefação, como também imaginavam eles que o perfume afugentasse a peste.
Pobres doutores daqueles tempos medievais, que não sabiam que a Peste Negra era
transmitida por pulgas.
O livro “Crônicas da Pandemia” foi lançado no dia 5 do corrente mês de julho de 2022, no salão nobre do 2º andar do Tribunal de Justiça do Paraná. Eu não compareci às solenidades do lançamento porque continuo em relativo isolamento, sem entrar em ambientes fechados e com muitas pessoas presentes. É a primeira vez que não compareço ao lançamento de livro meu em coautoria, mas é uma das formas de me proteger. Vale deixar o registro de que hoje, 27 de julho de 2022, quando escrevo estas linhas, eu soube de que no restaurante onde costumo almoçar quase diariamente na companhia de meu amigo Rubens, o garçon que está ausente há uma semana e que costuma nos atender às vezes na pesagem dos pratos, está em isolamento porque foi diagnosticado com covid. Os demais, como a moça do caixa, felizmente não foram contaminados. Aí está: a pandemia ainda não acabou e eu acho que todos temos a obrigação de nos protegermos da maneira que acharmos mais conveniente.
Minha sobrinha e afilhada Dione Mara Souto da Rosa também participa da obra, na parte que conta com colaborações na forma de poemas.
-o-
“A vida escancarada de meus simpáticos vizinhos”
-o-
Nenhum comentário:
Postar um comentário